O nascimento de um patrimônio da cidade

No ano da Graça de Nosso Senhor de hum mil novecentos e vinte e nove, Uberabinha tinha acabado de se transformar em Uberlândia, por força de decreto municipal  (história para as próximas edições).

Um grupo de apaixonados por água procurou o coronel Constantino Rodrigues da Cunha e pediu permissão para utilizar uma margem do rio Uberabinha, que ficava em sua chácara, visando a prática da natação. O lugar desejado tinha uma pequena praia em forma de meia lua, cercada por bela vegetação típica da região. Nessa praia, o rio tinha alguns metros de água rasa, que pegava na cintura. Logo depois, descia quase em noventa graus para uma profundidade de seis metros. Pedido aceito, o grupo passou a frequentar a “prainha”, chegando a construir um trampolim de madeira com aproximadamente cinco metros de altura, para os saltos.

O tempo passou, o grupo cresceu, e surgiu o interesse por ampliar a área da “prainha”, com a construção de um local para confraternização. Então, propuseram ao coronel que vendesse aquela parte de sua propriedade. Constantino disse que venderia sim, mas somente a chácara toda, área de sessenta e cinco mil metros quadrados. O valor proposto foi trinta e cinco contos de réis. Quatorze integrantes contribuíram e, assim, conseguiram comprar a chácara.

Em uma bela noite de lua cheia, quinta-feira, dez de julho de hum mil novecentos e trinta e cinco, foi realizada a primeira reunião com o intuito de transformar a chácara em um clube com admissão de sócios. No manuscrito constam os nomes de 12 integrantes: José de Oliveira Guimarães, Mário Guimarães Faria, Lourival Borges, Oscar Miranda, Roman Balparda, Enéas de Oliveira Guimarães, Gercino Borges, Boulanger Fonseca, Floramante Garófalo, Hermes Carneiro, José Carneiro Júnior e Fausto Savastano. Mas a chácara continuava sendo uma propriedade particular. Só em hum mil novecentos e quarenta e cinco, por sugestão do associado Celso Queiroz, é que a propriedade se transformou em sociedade civil, seguindo um estatuto

O fiscal federal José Victor, na época da criação do clube inspirado pela “prainha”, sugeriu, e foi aceito, que o clube seria chamado de Praia Clube.

Portaria do Praia Clube, década de 1930 – foto do mural da história do clube
Portaria do Praia Clube, década de 1930 – foto do mural da história do clube

 

ônibus praiano, cedido pelos Armazéns Geraes, provavelmente década de 1940 – foto do mural da história do clube
ônibus praiano, cedido pelos Armazéns Geraes, provavelmente década de 1940 – foto do mural da história do clube

 

O trampolim da famosa "prainha"
O trampolim da famosa “prainha”

 

 

2 Comentários

  1. Bela história do Praia Clube. Tenho orgulho de ser acionista deste lindo Clube, classificado entre os melhores do Brasil. Minhas homenagens aos fundadores a aos atuais diretores. walter pereira.

  2. Nossa maravilhoso ,meu tio José Pafume tinha orgulho de pular do trampolim,que sabe ele não esta nessa foto,mas hoje ele não esta entre nós pra contar.

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